Dia mundial da alfabetização e os desafios brasileiros

Dia mundial da alfabetização e os desafios brasileiros

Por Elaine Vieira – no Diário de Petrópolis

Brasil ainda tem 11 milhões de pessoas que não sabem ler e escrever

O Dia Mundial da Alfabetização é comemorado na quinta-feira (8). A data é reconhecida pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco) que busca discutir estratégias para redução do analfabetismo. Falando na população brasileira, muitos estão longe de celebrar a data.

“Consigo escrever meu nome e ler com dificuldade o letreiro do ônibus, quando estão parados. Tive que começar a trabalhar muito cedo para ajudar em casa. Era estudar ou trabalhar. Depois não tive mais oportunidade”, relata Cleonice Santana, doméstica de 56 anos, que somente frequentou a primeira série do ensino fundamental. 

Segundo a última Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua, 11,3 milhões de pessoas na idade de 15 anos ou mais são analfabetas no Brasil. O número representa 6,6% da população nessa faixa etária. Números da Unesco apontam que 773 milhões de adultos não alfabetizados no mundo. Em 2018, o número de pessoas que não sabiam ler e escrever era 6,8% tendo uma redução no ano seguinte – 6,6%, ficando em cerca de 200 mil pessoas não alfabetizadas.   

Mesmo com a redução, o país não  alcançou a meta do Plano Nacional de Educação de 2015, que era baixar o índice para 6,5%, a fim de erradicar o analfabetismo até 2024.

O baixo índice de pessoas que não sabem ler e escrever recai também nas  crianças entre 6 e 7 anos. Segundo dados IBGE, são 40% das crianças nessa idade que não sabem ler nem escrever Entretanto, nos últimos dois anos, com a pandemia houve uma piora no que já estava ruim. Com as escolas praticamente 100% das escolas públicas fechadas, o resultado foi um ensino à distância mais decadente do que o presencial e a alfabetização em um processo de decadência.

Às vésperas do Dia Mundial da Alfabetização, reduzir a taxa de analfabetismo no Brasil está entre as metas do Plano Nacional de Educação, Lei 13.005/2014, que estabelece o que deve ser feito para melhorar a educação no país, desde o ensino infantil, até a pós-graduação. A meta é que em 2024 o índice que está em 6,5%  esteja zerado. 

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